PIB cai 3,6% no último trimestre de 2008 e cresce 5,1% no ano

O Produto Interno Bruto (PIB) referente ao quarto trimestre de 2008 diminuiu 3,6% em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano, o maior recuo da séria histórica que começou em 1996. Em relação ao ano anterior, no entanto, o crescimento foi de 5,1%, chegando a R$ 2,9 trilhões.
O PIB per capita de 2008 cresceu 4% em relação ao do ano anterior, ficando R$ 15,24 mil. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O investimento total na economia de 2008 chegou a 19% do PIB, o mais alto da série, que começou em 2000.
A crise econômica mundial, que se agravou a partir de setembro passado, causou queda nas taxas de todos os setores que compõem o Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), no quarto trimestre de 2008, com exceção do Consumo da Administração Pública – que cresceu 0,5%, em relação aos três meses anteriores.
Segundo o IBGE, o setor mais afetado das atividades produtivas foi o da indústria que registrou queda de 7,4%, do terceiro para o quarto trimestre de 2008. A agropecuária apresentou queda de 0,5%. O setor de serviços também teve queda na produção de 0,4% no nesse período.
Do ponto de vista da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos das empresas) apresentou recuo de 9,8%, também o maior da série, iniciada em 2000. O consumo das famílias registrou queda de 2%, no quarto trimestre. O resultado negativo não ocorria desde o segundo trimestre de 2003.
Segundo o coordenador das Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, a queda do consumo das famílias pode ser explicada em parte pela queda da renda, mas também por uma posição mais cautelosa por parte das famílias na hora de consumir. “O consumo das famílias é uma das variáveis mais importantes para o crescimento do PIB, tanto que tem um peso de 61% do total”, explicou ele.
A pesquisa indica também que as Exportações de Bens e Serviços apresentaram queda de 2,9%. Já as Importações de Bens e Serviços decresceram 8,2%. Embora tenha sido a única atividade que não apresentou queda no quarto trimestre passado, o Consumo da Administração Pública registrou desaceleração ante o mês anterior (de 1,6% para 0,5%).
Roberto Olinto ressaltou que é prematuro fazer projeções sobre impactos futuros e tendências. “A dimensão efetiva desse momento econômico não está clara ainda. Não acredito que um processo de investimento como vem sendo desenvolvido no Brasil nos últimos anos possa ser analisado por um único trimestre”. ABr