POLÍTICA

EUA e Brasil preparam visita de Dilma a Washington

O jornal espanhol El País publicou nesta sexta-feira (27/03) uma matéria sobre uma visita de Estado, ainda sem data definida, que a presidenta Dilma Rousseff deverá fazer aos Estados Unidos visando recompor a relação dos dois países. A visita a Washington, estava prevista para o final de 2013, mas acabou sendo cancelada depois da revelação de que os EUA haviam espionado a presidenta. Os documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) que vieram a público com os vazamentos do ex-analista Edward Snowden enfureceram o governo brasileiro e esfriaram as relações entre as duas maiores economias da América.
“Os dois governos afirmaram que desejam reprogramar a visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos e nossas equipes trabalharam durante meses para estabelecer uma agenda sólida”, disse na terça-feira ao El País Patrick Ventrell, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. “O Brasil é um grande ator no cenário mundial e as visitas de alto nível são uma demonstração de que queremos investir em uma forte relação bilateral.”

Está previsto que Obama e Dilma abordem possíveis datas em uma reunião durante a cúpula das Américas, que acontecerá no Panamá, em abril. A última vez que ambos se viram foi na cúpula do G20, em novembro, na Austrália. O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se na semana passada em Washington com a assessora de segurança nacional de Obama, Susan Rice. Na ocasião, e na terça-feira no Senado brasileiro, Vieira disse que o objetivo é chegar a uma agenda substantiva de acordos antes de definir uma data para o encontro.

A cúpula do Panamá será a primeira cúpula das Américas com a presença de Cuba, onde se verá o início do degelo entre Washington e Havana depois do anúncio, em dezembro, do restabelecimento de relações diplomáticas. O papel do Brasil – devido a suas boas relações com Cuba – pode ser chave para aproximar posições entre os antigos rivais da Guerra Fria. O Brasil, por sua influência, também pode desempenhar um papel central na mediação entre a Venezuela e os EUA, que impôs sanções a Caracas pela repressão aos protestos da oposição.

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