Prefeito participou de missa de corpo presente e das últimas homenagens a Dom Juventino

O prefeito José Carlos do Pátio, ao lado da primeira-dama Neuma de Moraes, acompanhou a missa de corpo presente do Dom Juventino Kestering (74) , realizada na tarde desta segunda-feira (29), na Igreja Catedral Santa Cruz. A última homenagem ao bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, que faleceu na manhã do último domingo (28), em decorrência de complicações da Covid-19, foi presidida pelo arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Cuiabá, Dom Milton Santos.
Uma perda dolorosa para os católicos de Rondonópolis e da região. Dom Juventino começou a sentir os primeiros sintomas sugestivos da Covid-19 no dia 25 de fevereiro. Um exame confirmou a doença e ele estava fazendo o tratamento em casa. Após se sentir indisposto, com saturação baixa e febre, o bispo foi levado para o hospital e o médico infectologista optou por deixá-lo internado.
O estado de saúde piorou e a infecção provocou o comprometimento de mais de 80% dos pulmões. Há 10 dias, ele precisou ser entubado. Mesmo com o tratamento intensivo, o bispo não resistiu às complicações causadas pelo vírus. De acordo com as informações dadas pelos médicos que o acompanhavam na UTI, Dom Juventino sofreu uma parada cardíaca às 9h45 da manhã, vindo a falecer.
A trajetória de Dom Juventino à frente da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga foi marcada por muito trabalho e dedicação nos trabalhos de evangelização. O prefeito José Carlos do Pátio decretou luto de três dias pela morte do líder católico, destacando o relevante papel espiritual e social na cidade.
"Dom Juventino fará muita falta, tinha uma grande capacidade de ouvir as pessoas e prestou relevantes serviços à cidade de Rondonópolis, conduzindo sua igreja e seu rebanho de fiéis com muito amor e justiça ao longo dos seus mais de 20 anos de bispado. Ele deixa um legado de fé, humildade, solidariedade e sabedoria", destacou o prefeito.
Restrito
Devido o decreto estadual, o ato de fé foi restrito para os familiares do bispo que vieram de Santa Catarina, estado onde ele nasceu, além de religiosos, religiosas e algumas lideranças de movimentos da igreja católica e autoridades civis.
Durante a celebração, indígenas do povo Bóe-Bororo realizaram um canto de despedida usado em seus próprios ritos fúnebres para que a alma do bispo "chegue na grande aldeia lá no Céu".
Sepultamento
Após a cerimônia, um cortejo com o caixão de Dom Juventino no caminhão do Corpo de Bombeiros passou pelas principais ruas da cidade e retornou para a catedral, onde foi o terceiro bispo sepultado no local. O primeiro bispo a ser sepultado foi Dom Wunibaldo Godchard Talleur, em 21/03/1975, e o segundo: Dom Osório Stoffel, em 10/05/2002.
Protocolos de segurança
A missa de corpo presente, assim como o velório, que aconteceu desde a noite domingo, seguindo rigorosamente os protocolos de segurança, distanciamento e higiene, só foi possível após a autorização e o relato dos médicos de que Dom Juventino já não tinha mais o vírus da Covid-19 ativo e que não estava mais em período de transmissão.
Trajetória
Natural de Orleãns, sul de Santa Catarina, Dom Juventino ingressou no seminário Nossa Senhora de Fátima, em Tubarão, em 1959. Ele e estudou filosofia e teologia em Curitiba (PR). Em 1973, Juventino ordenou-se padre na Matriz da Paróquia de São Ludgero.
Em seguida, ele foi designado exercer o ministério como vigário paroquial na Catedral de Tubarão onde se dedicou em especial, à juventude, à catequese na paróquia, na diocese e no Regional Sul IV.
Após 14 anos de ordenação foi enviado para a assessoria da dimensão Catequética da CNBB, em Brasília, onde permaneceu por quatro anos. Tempo depois, assumiu o Seminário Teológico de Tubarão (SETT), em Florianópolis, assumindo ao mesmo tempo o departamento de pastoral do Instituto de Teologia.
Já em 1997 o Papa São João Paulo II o designou como bispo da Diocese de Rondonópolis. Um ano depois, em 22 de março de 1998, Dom Juventino assumiu o cargo.
Em seu episcopado aconteceram as mudanças geográficas com anexação em 2013 de mais cinco paróquias, passando a ser diocese de Rondonópolis-Guiratinga, composta por 13 municípios: Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Dom Aquino, Guiratinga, Itiquira, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Rondonópolis, São José do Povo, São Pedro da Cipa e Tesouro.



