'Eventual inelegibilidade de Riva preocupa demais candidatos do PP'

A possível inelegibilidade do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado José Riva (PP), provocará, primeiro, consequências na disputa das 24 cadeiras do legislativo estadual e poderá também atingir a corrida pelo Palácio Paiaguás. A sua saída do páreo, caso se confirme, terá efeito na futura bancada progressista, prevista, pelos seus líderes, de até sete membros. Com a expectativa de conseguir mais de 100 mil votos, ele seria responsável pela conquista de duas a três vagas.
A situação do PP só não é pior, porque o ex-deputado Walter Rabelo teria conseguido reverter a impugnação, mostrando que a multa, por não ter votado no segundo turno da eleição presidencial, teria sido dada ao pai, homônimo seu. A possibilidade da perda do Riva, no entanto, tem provocado alguma incertezas aos candidatos progressistas, que esperavam se eleger na sombra do parlamentar. De calculadora na mão, eles estão fazendo contas para ver se conseguem se eleger na hipótese da redução da bancada progressista.
Esse incerteza poderá fazer com que alguns candidatos a deputado estadual do partido não trabalhem mais com tanta vontade, achando que a possibilidade de se eleger ficou mais distante. Por isso, para os progressistas, a candidatura de José Riva é fundamental para o fortalecimento do partido. Figura polêmica, o parlamentar, que comanda a Assembléia legislativa desde que se elegeu em 1994, é admirado por uns e detestado por outros.
Sem entrar nesse mérito, a verdade é que Riva conseguiu conquistar uma legião de seguidores, ao mesmo tempo em que via seu nome envolvidos em escândalos administrativos, o mais famoso o caso das calcinhas (saiu até no Fantástico, da rede Globo), tornando-se num dos principais políticos de Mato Grosso. O seu apoio foi disputado pelos três principais candidatos ao governo do Estado (Silval Barbosa – PMDB -, Wilson Santos – PSDB -� e Mauro Mendes -PSB). O peemedebista conseguiu, no apagar das luzes, o apoio do PP e, em consequência, do parlamentar. O tucano e o socialista fracassaram nesse embate. É provável que os dois digam agora que não queriam o seu apoio.
O plano B de Riva, caso a sua ineligibilidade seja confirmada, é lançar a sua esposa Janete ou uma das duas filhas para a sua vaga. Ninguém tem dúvida de que, indepedente de quem for, irá se eleger, mas sem a votação que ele iria obter. Em razão disso, nenhum liderança progressista trabalha com a hipótese dele não ser candidato, baseando na tese do advogado José Alckimim, um dos principais especialistas em direito eleitoral do pais, de que a inegibilidade imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na última terça-feira, não vale para essas eleições.
Se de um lado o PP está preocupado, de outro, os candidados a deputado estadual das demais legendas estão torcendo para que Riva deixe, de fa to, a disputa. "Vai sobrar mais votos para nós", afirmou um candidato republicano. A matemática das demais legendas, sem Riva no pareo, aponta que o PP elegerá, no máximo, 5 membros, sendo mais provável 4. Ou seja: os progressistas perderiam três vagas do que atualmente esperam conquistar em 3 de outubro próximo na Assembléia Legislativa.
Fonte:Olhar Direto