Maioria do eleitorado rondonopolitano, mulheres não acreditam em união feminista para o voto

Rondonópolis, a maior cidade da região sul de Mato Grosso em população e economia, convive com uma realidade curiosa que é inerente também ao quadro nacional e das maiores cidades do estado, mais de 50% dos aptos a votar são mulheres. Apesar da situação numérica permitir que o sexo feminino definisse em união os rumos eleitorais, as próprias mulheres não acreditam nesta possibilidade. Indagadas nas ruas pela reportagem desta semana do Folha Regional, algumas cidadãs afirmaram que esperam uma política renovada a partir do pleito de 2014.
A empresária Marilene Pereira de Oliveira, de 52 anos, afirma que não há este sentimento de feminismo tão enraizadao entre as mulheres que permita imaginar uma eleição definida pela vontade das mulheres. “Acredito sinceramente que isto é indiferente e nem que houvesse este movimento ficaria preocupada. O que me deixa intranqüila é a população parece que não ter consciência do que representa o voto. Acho que tanto mulheres como homens hoje vendem seus votos, infelizmente (…) Eu, como mulher, não quero saber de quem vai ganhar é mulher ou de que partido é. O que sonho é ver meu país melhor e renovado”, afirma Marilene.
A atendente de estacionamento Maria das Dores, de 47 anos e mão de dois filhos, considera ser algo bom ter mais mulheres votando que homem. “Eu acho que a mulher é mais sensível para tudo. Na maioria das vezes é ela quem leva os filhos no postinho de saúde, ela quem sofre e vive na pele a maioria dos problemas. Acho que esta situação pode fazer com que ela tenha mais condição de votar com mais conhecimento da realidade que o homem”, opinou.
Já Ana Célia da Costa, mãe de uma filha e de 45 anos de idade, considera que não seja uma característica relacionada ao sexo que faz com que uma pessoa possa escolher bem ou mal um candidato. “Independente de ser o que for, acho que os dois erram e na maioria das vezes são enganados. O que vem acontecendo é que as pessoas caem na boa conversa e na aparência e se confundem. Mas acho que o pessoal tem ficado um pouco mais atento e espero que em 2014 ocorra uma renovação muito grande. Mas que seja uma renovação de pessoas e de ideias”, defendeu.
Mais jovem entre todas as entrevistada, Paula Omekawa, uma funcionária pública de 20 anos de idade, também não vê qualquer distinção ou organização fundamentada entre os sexos planejamento a eleição. “Nas redes sociais, há uma certa alienação, as pessoas tecem críticas de maneira reacionária e vazia contra a atual presidente da república, por exemplo. Vemos homens e mulheres falando as mesmas coisas e a grande massa se move independente de sexo”, analisa Omekawa, que se diz honrada em trabalhas nas eleições 2014.
Segundo números da Justiça Eleitoral, dos 133.493 aptos a votar em Rondonópolis, 70.308 são mulheres, o que representa 52,6% do total. Na capital Cuiabá os índices são bem parecidos e por lá as eleitoras são 52,8% do montante total de votantes. O mesmo repete-se em Várzea Grande onde o total é de exatos 52% de votantes mulheres, Sinop com 51% e em Sorriso e Lucas do Rio Verde, onde elas passam de 50% entre todos os eleitores.
Outras cidades onde as mulheres dominam é Tangará da Serra (50,6%); Primavera do Leste (50,3%); Barra do Garças (51,8%); Cáceres (50,8%); Indiavaí (50,7%); Jaciara (50,4%); Jauru (50,2%); Poconé (50,4%); Pontes e Lacerda (51,9%), Mirassol do Oeste (50,8%); São José dos Quatro Marcos (50,1%).
Apesar de todo este cenário, o número total ainda é incrivelmente de maioria masculina. Em todo o Mato Grosso, onde votarão 2.189.703 , 50,04%, pouco mais da metade, são homens. A realidade de superioridade masculina era até maior, mas foi freada depois de muitos títulos canceladas devido a não realização do recadastramento biométrico.