A safra mato-grossense de grãos em 2011/12 deve superar a barreira de 36 milhões de toneladas, alta de 18,4% sobre o ciclo passado, quando o desempenho da unidade equivaleu a 30,9 milhões de toneladas. O percentual de crescimento estimado para o atual ano agrícola é maior que o projetado no mês de abril, quando se apontava uma evolução de 14,6% na produção de grãos, fibras e cereais. Os dados são do 8º levantamento de safra divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com o desempenho, Mato Grosso consolida-se como maior produtor brasileiro grãos na atual temporada, tomando a dianteira de estados tradicionais como o Paraná, que deve registrar um recuo de 10,4% na produção total, chegando a 29 milhões de toneladas. Em 2010/11 os reportes no campo somaram 32,4 milhões de toneladas, indicou a Conab.
Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), destaca que o cenário de alta para safra na unidade federada é reflexo do bom momento de mercado. Estimulados a produzirem mais em função da alta demanda e dos baixos estoques, produtores fizeram a "lição de casa" e vão ajudar o estado a consolidar um novo recorde agrícola.
Culturas tradicionais como soja e agodão vão manter a tendência de crescimento na produção agrícola. Mas a surpresa, lembra Latorraca, fica por conta do milho. Se a projeção da Conab se concretizar Mato Grosso deve ser responsável pela oferta de 12 milhões de toneladas entre primeira e segunda safras.
Em termos percentuais, a primeira safra deve crescer 92,8% e atingir 706,4 mil toneladas. Já a safrinha, 47,6% com outros 11,3 milhões de toneladas. Após amargar ciclos problemáticos com a cultura, especialmente no que tange a comercialização, o ano voltou a ser atrativo ao produtor rural mato-grossense.
"O fator mercado e seu aquecimento ainda no ano passado e as previsões de estoque de passagem baixo fizeram com que os produtores investissem na produção e a aumentassem. O milho, que em 2010 foi problemática a comercialização do ciclo 2009/10 influenciou a safra a ser plantada para o ciclo 2010/11, fazendo com que nossa área diminuísse neste período", lembrou o especialista.
Momento favorável à cultura levou uma maior parcela dos produtores a investirem mais no milho. Somente a área da segunda safra passou de 1,8 milhão de hectares a outros 2,5 milhões de hectares entre 2010/11 e 2011/12, alta de 38,8%, conforme a Conab.
Além do milho, devem registrar crescimento as produções de algodão (5,4%), chegando a 2,6 milhões de toneladas, girassol (53,1%) estimada em 75 mil toneladas, soja (5,9%) em 21,6 milhões de toneladas e sorgo (51,7%), em 308,7 mil toneladas.
Brasil – No país, a safra nacional deve somar 160,06 milhões de toneladas, volume 1,7% menor frente à obtida em 2010/11, quando atingiu 162,80 milhões de toneladas, conforme a Conab. Segundo a estatal, a projeção de área é de 52,06 milhões de hectares, ou 3,6% maior em relação ao último ano.
Fonte:Aprosoja
