Inflação em março chegou a 1,62%, novo recorde foi puxado por aumentos de combustíveis

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 1,62% em março, maior índice registrado para este mês nos últimos 28 anos. O percentual está bem acima da projeção feita pelos principais analistas econômicos do país, que estimavam algo em torno de 1,30%. Conforme os dados, o item "transportes" foi o maior vilão com alta de 3,02% decorrente dos aumentos nos preços dos combustíveis.
A gasolina foi o produto com maior impacto individual na inflação de março, com alta de 6,95% no período. Os preços do óleo diesel (13,65%), do GNV (gás natural veicular, 5,29%) e do etanol (3,02%) também subiram.
Além do impacto direto, a alta dos combustíveis também afetou os preços nos segmentos de bebidas, alimentos e vestuários – encarecendo toda a cadeia logística destes produtos.
A disparada da inflação também é negativa para o mercado e deve trazer pressão de baixa para o Ibovespa, pois revela uma acelerada corrosão do poder de compra dos consumidores brasileiros, além de aumentar o receio por um prolongamento da alta dos juros pelo Banco Central (BC).
EFEITO CASCATA
O aumento descontrolado nos preços dos combustíveis resultaram numa alta generalizada nos transportes. Os maiores impactos foram verificados em serviços como o transporte por aplicativo (7,98%), seguro (3,93%) e conserto de veículos (1,47%).
Os automóveis novos (0,47%) e usados (0,76%) também ficaram mais caros, embora as variações tenham sido menores que as de fevereiro (1,68% e 1,51%, respectivamente).
Já no transporte público, a alta de 1,27% nos preços dos ônibus urbanos foi puxada pelos reajustes nas passagens em várias cidades do país.