Rondonópolis registrou quase 700 casos de Covid em junho, mais que a soma de abril e maio

Rondonópolis teve em junho um número de casos novos de Covid superior ao registrado nos dois meses anteriores. O município também registrou cinco óbitos neste mês, com um aumento considerável no número de pessoas internadas com sintomas mais graves da doença. A maioria desses casos ocorre com pessoas que não se vacinaram ou estão com o calendário vacinal em atraso. 

Conforme o boletim divulgado ontem, nos primeiros 29 dias de junho computados 667 novos casos da doença, contra os 500 registrados nos meses abril (289) e maio (211).

Ontem o município registrava 346 casos ativos, com 14 pessoas internadas – praticamente todas com o calendário vacinal em atraso.  

“As pessoas que não tomaram nenhuma dose, ou tomaram alguma e não voltaram para tomar as outras é que estão desenvolvendo os casos mais graves. Entre as pessoas que vacinaram certinho a doença se manifesta de forma mais branda, quase sem complicações”, explica o chefe do departamento de Saúde Coletiva do município, Paulo Padin. 

Um levantamento divulgado na semana passada pelo Regional MT mostrou que oito por cento dos rondonopolitanos não havia tomado a primeira ou segunda dose da vacina, e quase 60% ainda não tinha se imunizado com a terceira dose – que também está disponível a toda população.

Os dados ainda não foram atualizados, mas segundo Padin o esforço feito pelo município associado às informações sobre o aumento de novos casos tem causado um aumento na procura.

“As pessoas voltaram a procurar a vacina e isso é bom. Vacinar é um ato de responsabilidade com a própria saúde, da família e da sociedade”, afirmou.  

Conforme dados divulgados nesta semana pelos governos federal e estadual, o descaso com as vacinas também responde pela maioria dos óbitos e casos graves registrados no Brasil e em Mato Grosso.

No estado, 92% dos pacientes internados em UTIs estavam com o calendário vacinal em atraso. Por outro lado, um levantamento divulgado hoje mostra que seis em cada dez pessoas que morreram vítimas da Covid-19 entre março e junho deste ano não haviam tomado a terceira dose da vacina.

RISCOS

 O aumento de casos ocorre em todas as regiões e já afeta o funcionamento de órgãos públicos. Nesta semana foram registrados surtos na Câmara Municipal, na Prefeitura e também em escolas da rede estadual. A situação tem levado um aumento de pressões pela convocação do Comitê Gestor de Crise visando avaliar mudanças nas medidas preventivas obrigatórias.

“Até agora não se fala em reunião do comitê para discutir medidas, mas algo precisa ser feito  antes que (a situação) comece a refletir no comércio”, defende a vereadora Marildes Ferreira (PSB), presidente da Comissão Legislativa de Saúde.

A parlamentar manifestou preocupação especial com a realização de festas e eventos que reúnem grande número de pessoas. Segundo ela, é preciso reforçar os apelos pela vacinação e também as orientações sobre cuidados visando conter esta nova onda de Covid-19.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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