Bolsonaro cancela participação em evento evangélico que poderia configurar crime eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou a participação na 26ª edição da Marcha para Jesus, que será realizada no dia 18 de junho em Cuiabá. Oficialmente o cancelamento deve-se as mudanças na agenda presidencial devido à viagem aos EUA, onde participa da Cúpula das Américas. Mas a decisão pode ter sido motivada pelo risco de a presença dele no ato configurar campanha eleitoral extemporânea, o que resultaria em punições ao presidente que tentará a reeleição neste ano.
O evento é organizado pelo Conselho de Ministros Evangélicos Cristãos de Mato Grosso (Comec). A programação anunciada anteriormente previa também a realização de uma ‘Motociata para Jesus’ – uma ‘versão evangélica’ de atos realizados frequentemente por bolsonaristas visando promover a candidatura do presidente.
A Justiça Eleitoral veda a realização de atos de campanha antes da formalização das candidaturas nas convenções partidárias. A legislação prevê também critérios rígidos para evitar abuso de poder econômico e a concorrência desleal entre os candidatos.
DINHEIRO PÚBLICO
Em reportagem divulgada nesta semana, o jornal A Gazeta mostrou que deputados estaduais destinaram R$ 340 mil de recursos públicos para a realização da marcha. O uso de dinheiro público em atos de campanha eleitoral também é proibido pela lei.
Conforme a reportagem, as emendas parlamentares foram apresentadas por deputados que apóiam a pré-candidatura de Bolsonaro. Gilberto Cattani (PL) e Xuxu Dal Molin (União), destinaram R$ 100 mil cada. Já Ulysses Moraes (PTB) e Valmir Moretto (Republicanos), R$ 50 mil cada um, enquanto o Delegado Claudinei (PL) ficaria responsável por encaminhar R$ 40 mil de sua emenda.
Procurada pelo jornal, Secretaria Estadual de Esporte, Cultura e Lazer (Secel) disse os recursos destinados pelos parlamentares ainda estão em fase de tramitação.
Eduardo Ramos – Da Redação (com informações de A Gazeta)