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Senador Gilberto Goellner critica postura do governo diante das invasões de terra no Brasil

Em discurso no Plenário da Casa, nesta quinta-feira (5), o senador Gilberto Goellner (DEM/MT) fez duras críticas ao governo em relação ao descaso das autoridades diante das invasões de terras no Brasil.

De acordo com o senador, essas invasões têm sido perpetradas em vários pontos do País por grupos armados, travestidos de “movimentos sociais”, denominação que, no seu entender, não condiz com a proposta ideológica dessa expressão, que tem por finalidade criar formas de associação entre pessoas e entidades que tenham os mesmos interesses na defesa ou na promoção de certos objetivos perante a sociedade.

“O que temos visto, no entanto, entre os grupos que invadem terras, rurais ou urbanas, pelo país afora, não se encaixa na definição de movimentos sociais, pois social é aquilo que contribui para com a sociedade”, ressaltou Goellner.

Além disso, frisou o senador, “as invasões de terra, acompanhadas de saque das propriedades, de sequestro e cárcere privado de funcionários e, infelizmente, até de homicídios qualificados, são atitudes antissociais; agridem a sociedade”.

Segundo levantamento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ocorreram, nos últimos 6 anos, em média, 6 invasões de terras por semana no Brasil. Foram 23 por mês, 278 por ano, num total de 1.667 invasões de terras, de 2003 até agora.

Gilberto Goellner lembrou ainda que o problema das invasões de terras também é decorrente da precária política da Reforma Agrária Brasileira, que, conforme o senador, está equivocada nas duas pontas do processo: numa ponta, ao tratar de maneira desrespeitosa a propriedade rural, antes de nela fazer o assentamento dos sem-terra, e, na outra, ao errar depois de haver assentado os sem-terra, na maneira de possibilitar a eles os meios de sobreviver daquela terra.

No final de seu discurso, o senador reforçou que a luta pela reforma agrária é justa e que as manifestações populares pela terra são legítimas, permitidas e necessárias ao aprimoramento da democracia. “No entanto, não se pode permitir que tão nobres sentimentos sejam manipulados por alguns que, por interesses escusos, deixam a luta e partem para a briga, desrespeitando as leis deste País”, salientou Goellner.

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