Senador Wellington defende que decisão sobre VLT não pode ser "unilateral" e pede diálogo

Senador Wellington Fagundes (PL) se manifestou, por meio de nota, com relação à mudança do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Bus Rapid Transit (BRT) nesta terça (22). Ele afirmou que decisão sobre modal não deve ser tomada de forma unilateral.
“Durante todo o debate sobre a retomada da obra, sempre defendi, com base em estudos técnicos, uma ampla discussão envolvendo a sociedade de Cuiabá e Várzea Grande, a começar pelas chefes do Poder Executivo e a representação popular na Câmara Municipal das duas cidades”, disse.
Ele afirmou que caso não exista diálogo entre os Poderes, é provável que os mesmos erros que causaram a paralisação do modal se repitam. Ele considerou o empreendimento como uma “ferida aberta” no centro de Cuiabá e Várzea Grande.
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“Sempre observei que essa decisão – de retomar ou não a obra, ou mesmo alterar o tipo de modal – não deve ser unilateral. Essa ferida aberta, que machuca também, dolorosamente, a população, deve ser enfrentada também à luz das questões jurídicas”, ponderou.
A mudança, segundo explicação do governador, entre outros itens técnicos e financeiros, deveu-se porque o Grupo de Trabalho (GT) montado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana apontou, baseado em estudos, diversos riscos na hipótese de implantação do VLT.
Um deles é o valor da tarifa, que ficou orçada em R$ 5,28, montante muito superior ao do transporte coletivo praticado na Baixada Cuiabana, que é de R$ 4,10. Com o BRT, a tarifa da passagem seria de pouco mais de R$ 3.
Solicitação de mudança
O chefe do Executivo estadual pediu ao Ministério do Desenvolvimento Regional a autorização para substituir a execução das obras do VLT pelas do BRT, movidos à eletricidade em Cuiabá e Várzea Grande.
O ofício foi enviado na última sexta (18) ao ministro Rogério Marinho, que comanda a pasta. Também devem analisar a solicitação a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS, uma vez que há recursos desses órgãos vinculados ao VLT.
Para implantar o VLT, o Governo de Mato Grosso já pagou R$ 1,066 bilhão ao consórcio VLT (empresas CR Almeida e a espanhola CAF), que era responsável pela obra, e mais de R$ 546 milhões em juros e amortizações do financiamento feito para tornar o modal uma realidade em Cuiabá.
As obras do VLT foram iniciadas em 2012 e estão paradas desde dezembro de 2014. O orçamento inicial para implantação do modal é de R$ 1,477 bilhão.
RDNEWS