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Sindicam recusa greve de caminhoneiros em Mato Grosso

A anunciada paralisação nacional dos caminhoneiros, prevista para esta quinta-feira (4), voltou a agitar os debates sobre as condições de trabalho no transporte rodoviário brasileiro. No entanto, Mato Grosso um dos estados mais estratégicos para o escoamento de grãos e mercadorias não vai aderir à greve, conforme declarou o Sindicam-MT. O presidente Roberto Costa afirmou que o movimento teria caráter político, afastando o engajamento da categoria local. Essa declaração reforça um histórico de cautela dos caminhoneiros mato-grossenses em relação a manifestações que possam comprometer o fluxo econômico do estado.

Diante disso, compreender as razões dessa não adesão se torna crucial, principalmente considerando que o debate reacendeu velhas discussões sobre a dependência quase absoluta das rodovias. Com a ameaça de paralisação ganhando repercussão nacional, voltam à mesa temas como aposentadoria especial, marco regulatório e segurança nas estradas reivindicações citadas pelo articulador do movimento.

O Sindicam-MT, que representa cerca de 4 mil caminhoneiros no estado, declarou publicamente que não participará da paralisação. Para o presidente Roberto Costa, os caminhoneiros mato-grossenses “não são massa de manobra”, reforçando que a mobilização não atenderia às reais demandas da classe.
O episódio, inclusive, levou o representante ao Palácio do Planalto, onde protocolou formalmente um indicativo de greve. Essa divergência de percepções expõe a fragmentação interna na categoria, revelando tensões que vão além das estradas.

A situação evidencia problemas já conhecidos no setor: longas jornadas, baixos fretes, desgaste físico e insegurança constante nas estradas. Além disso, estados altamente dependentes de rodovias como Mato Grosso ficam mais vulneráveis a paralisações, já que os trechos superiores a 300 km tornam o transporte mais caro e arriscado.


Também pesa a ausência de alternativas logísticas robustas. A dependência quase exclusiva do modal rodoviário trava a competitividade, encarece produtos e aumenta a pressão sobre os caminhoneiros. Esse cenário reforça a importância de observar a greve não apenas como um evento isolado, mas como sintoma de problemas estruturais.

A decisão de Mato Grosso de não aderir à paralisação revela um cenário complexo dentro da categoria dos caminhoneiros. Embora a mobilização levante pautas importantes, o Sindicam-MT rejeitou o movimento, alegando motivação política. Mais do que uma simples discordância, o episódio reacende o debate sobre a urgente necessidade de modernização logística no país.

Fonte: Da Redação

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