CPI para investigar corrupção no MEC não tem apoio de senadores de MT

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou ontem (23) que o requerimento para a criação da CPI do MEC já conta com 28 assinaturas de senadores (veja abaixo), uma a mais do que o mínimo necessário ao registro do pedido de instalação. O parlamentar afirmou que espera conseguir mais apoios nos próximos dias. Até o momento nenhum dos três representantes de Mato Grosso endossou o pedido.
Welligton Fagundes (PL) e Margareth Buzetti conversaram com a repórter Janaiara Soares, do jornal A Gazeta, e indicaram que não deverão apoiar a investigação no Senado.
"Acho que a investigação que está sendo feita pela Polícia Federal é mais importante", disse o senador Wellington Fagundes, presidente estadual do PL – partido do presidente Jair Bolsonaro.
A senadora Buzetti (PP), que ocupa interinamente a vaga do senador Carlos Fávaro (PP), alegou que a investigação agora poderia ser contaminada pelo processo eleitoral.
“O momento pré-eleitoral é algo que pode prejudicar o escopo de uma CPI, que deve ser isenta e ter o tempo necessário para apurar a que se propõe", disse ela.
O senador Fábio Garcia (UB), substituto de Jayme Campos (Dem), não se pronunciou diretamente sobre o assunto. A assessoria dele informou que Garcia não teve contato com o requerimento de Randolfe e, por conta disso, não sabe como se posicionar diante da discussão.
PROTOCOLO
O senador Randolfe Rodrigues adiantou que aguardará até a próxima terça-feira (28) para protocolar o requerimento. A espera visa assegurar mais assinaturas de apoio e, assim, evitar a derrubada do pedido.
Para o senador da Rede, é possível que a CPI seja instalada ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar, que começa em julho. Mas ele reconheceu que os trabalhos de investigação só devem ter início em agosto, após o recesso.
“Há alguma dúvida de que houve um esquema tenebroso de tráfico de influência no âmbito do Ministério da Educação?” questionou Randolfe, ao defender que a CPI, se instalada, investigue não só as denúncias contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, mas também as suspeitas de irregularidades no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a possível criação da CPI do MEC poderá ser analisada pelo Colégio de Líderes, mas já indicou ser contra a proposta. Ele também considera que a investigação poderia ser prejudicada pelo processo eleitoral.
“O fato de estarmos muito perto das eleições termina prejudicando o trabalho dessa e de qualquer outra CPI. Talvez seja o caso de submeter ao colégio de líderes esse e outros pedidos”, ponderou o presidente do Senado.
Veja abaixo a relação dos senadores que, segundo Randolfe Rodrigues, já assinaram o requerimento pedindo a abertura da CPI.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Paulo Paim (PT-RS)
Humberto Costa (PT-PE)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Jorge Kajuru (Podemos-GO)
Zenaide Maia (Pros-RN)
Paulo Rocha (PT-PA)
Omar Aziz (PSD-BA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Reguffe (União-DF)
Leila Barros (PDT-DF)
Jean Paul Prates (PT-RN)
Jaques Wagner (PT-BA)
Eliziane Gama (Cidadania-MA)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Nilda Gondim (MDB-PB)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
José Serra (PSDB-SP)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Cid Gomes (PDT-CE)
Alessandro Vieira (PSDB-SE)
Dário Berger (PSB-SC)
Simone Tebet (MDB-MS)
Soraya Thronicke (União-MS)
Rafael Tenório (MDB-AL)
Giordano (MDB-SP)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
Eduardo Ramos – Da Redação (com informações de A Gazeta e Agência Senado)



