Diretores destacam a força do jornalismo como ‘arma’ contra boatos nas redes sociais

Em uma época onde as redes sociais ganharam proporção na disseminação de informações, em sua maioria sem passar pelo filtro do jornalismo, o brasileiro recentemente afirmou em uma pesquisa que confiam mais nos veículos de comunicações tradicionais em virtude do cuidado na hora de veicular uma notícia. Para falar sobre a disseminação de boatos e notícias falsas nas redes sociais e a credibilidade do jornalismo, a equipe de reportagem do jornal Folha Regional entrevistou nesta semana, os diretores de jornalismo, Eduardo Ramos da TV Rondon e Jota Lima, da TV Cidade Record.
Para os dois profissionais, a resposta do brasileiro demonstra a importância do trabalho da imprensa de separar fatos de informações falsas.
“Nós temos como hábito desde o surgimento da mídia impressa, checar às informações. A duras penas, a gente entendeu que era importante antes de publicar qualquer coisa, checar se era aquilo mesmo que ocorreu, ouvir as pessoas envolvidas, todas elas ou uma boa parte delas, filtrar isso, contextualizar e depois disso, fechar um texto, uma notícia que seja de fato informativa. Essas coisas, as redes sociais não fazem, em geral, ela reproduz a informação que chega e muitas vezes errada, que na gênese dela, não tinha intuito de informar, e sim de reproduzir e alcançar o maior número de pessoas possíveis sem se preocupar com as consequências,” comentou o diretor de jornalismo, Eduardo Ramos.
“O cuidado na hora de divulgar é essencial, aliás, essa é base de uma boa informação, de um jornalismo sério e de credibilidade. Mesmo tendo muitos veículos que age diferente, mas acredito que a maioria tem feito um trabalho voltado para o resgate da confiança do povo brasileiro,” informou o chefe de jornalismo, Jota Lima.
Quanto a confiança no jornalismo prevalecer perante as redes sociais, os dois concordam que a imprensa cumpre com seu papel de informar. “Na minha opinião, o povo confia na mídia tradicional porque ela se tornou a guardiã das pessoas por enfrentar e denunciar políticos corruptos, as mazelas do judiciário e a truculência das forças de segurança. Imagina só esse país se não fosse à atuação da imprensa,” comentou Jota.
“Eu acho que o leitor, a população, no primeiro momento ficou encantada com as redes sociais, mas quanto maior é a mentira veiculada nas redes sociais, maior o estrago na credibilidade nas redes sociais e acho que isso é melhor para o jornalismo, desde que saiba organizar as informações que publica de forma correta, o tempo mesmo cuidará de consolidar esse conceito que informação real e fidedigna é aquela veiculada pelos veículos de informação tradicionais,” lembrou Eduardo Ramos.
A fonte e a apuração para a notícia é de fundamental importância para a veiculação de uma informação, conforme os dois profissionais. “Acho que a fonte é o início do caminho que traz o material bruto e ai o jornalista vai apurar aquilo, vai dimensionar as informações e sempre buscando outras opiniões, para garantir um material mais completo,” comenta Ramos.
“A fonte é fundamental, mas não é tão simples escolher ou saber se é confiável ou não. A única maneira é fazer uma checagem completa antes e se acercar de provas,” avaliou Jota.
Os dois ainda lembraram ao público que é importante ao receber uma informação pelas redes sociais que o mesmo apure em outros veículos. “A mídia social é uma terra de ninguém, muito perigosa, não vou dizer de censura, mas acho que precisamos ter uma autocensura, quando vermos uma informação se indagar se aquilo é real, e despertando a curiosidade, buscar outras fontes, eu sempre sugiro veículos de comunicação que tenham redação, tenham jornalistas, que já esteja no mercado há algum tempo e assim atestar a veracidade, ou minimamente a possibilidade de veracidade daquela notícia que você recebeu,” aconselhou o chefe de jornalismo da TV Rondon.
“Quantos casos de falsas informações nós temos vistos nas mídias sociais. Sites que são abertos apenas para espalhar boatos e fofocas, sem nenhum controle e fiscalização. Aqui em Rondonópolis mesmo, temos alguns exemplo. Precisa primeiro legalizar profissionalmente, trabalhar com profissionais capacitados, ou seja, jornalistas de fato e de direito e por último levar a informação com seriedade pensando primeiro no cidadão,” completou Jota Lima.