Regurgitação não é o único sintoma de refluxo; aprenda a identificar

Especialista explica que o refluxo gastroesofágico pode simular doenças como o infarto; problema afeta 12% dos brasileiros
A doença do refluxo gastroesofágico acomete cerca de 12% da população brasileira, segundo a SBMDN (Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia), e pode representar uma perda da qualidade de vida se não for tratada corretamente.
Apesar de ser constantemente relacionado apenas à regurgitação dos alimentos, o refluxo tem como principais sintomas a azia e a queimação, podendo, inclusive, simular doenças como o infarto, de acordo com o médico Diogo Balestra, especialista em aparelho digestivo e cirurgia bariátrica.
“As pessoas às vezes confundem [o sintoma] e chamam de refluxo quando o alimento ou um gosto amargo volta para a boca, mas isso é a regurgitação, também um dos sintomas. O refluxo pode se apresentar de forma atípica, com tosse seca, pigarro na garganta, desgaste dos dentes e dor torácica, o que pode simular até infarto em alguns casos”, explica o especialista.
Como o refluxo ocorre
A digestão dos alimentos começa a partir da mastigação e depois passa pelo esôfago, onde, na transição para o estômago, há um esfíncter, um tipo de válvula que se abre ao estímulo do alimento e se fecha novamente para que o conteúdo do estômago não retorne para o esôfago. Quando esse mecanismo falha, o refluxo acontece.
“O conteúdo do estômago é muito ácido e agressivo para o esôfago; então esse retorno começa a machucar as paredes do esôfago, que não está preparado para receber a acidez como o estômago está, e aí é que os sintomas aparecem. Para uma pessoa ter refluxo, basta ter azia e/ou regurgitação por pelo menos duas semanas”, explica Balestra.
Fonte: R7