POLÍTICA

Taques aguarda agenda com Michel Temer

Ontem, em São Paulo, o governador Pedro Taques voltou a falar sobre a possibilidade de decretar estado de calamidade em Mato Grosso, para uma plateia de empresários. Taques foi um dos palestrantes do 4° Fórum de Infraestrutura e Logística, realizado no Hotel Hilton, pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Disse que ainda aguarda uma agenda com o presidente Michel Temer, que deve ocorrer ainda nesta semana.

“Os governos estaduais fizeram os seus ajustes e não podemos ficar dependendo da União como acontece neste momento. Se a União ajudou o Rio de Janeiro, por que não pode ajudar os outros estados?”, questionou Taques.

Segundo ele, os governadores sabem que a União precisa resolver o problema do déficit financeiro de R$ 170 bilhões, bem como o superávit primário. “Esse mês a União precisa pagar o que nos deve para que possamos saldar nossos compromissos com os servidores”, completou.

Durante o evento, o governador Pedro Taques afirmou que o Programa de Parceria em Investimentos (PPI) do Governo Federal não pode ser mais um programa lançado e que não cumpre o objetivo principal.

Explicitando seu modo de ver a logística como fator da competitividade, o governador de Mato Grosso destacou que a União precisa ocupar seu lugar no processo de melhoria da infraestrutura. Entre os assuntos, Taques pontuou a Ferrogrão, projeto de ferrovia incluído no PPI que liga as cidades de Lucas do Rio Verde, no interior de Mato Grosso, e Miritituba, no Pará.

“É um plano que serve para o Estado, mas desde que saia do papel. Nós estamos cansados de discursos e precisamos de recursos para investimentos em logística e infraestrutura”, afirmou Taques.

PALESTRA

Pedro Taques fez uma palestra sobre a “Logística como Fator de Competitividade”, durante o 4º Fórum de Infraestrutura e Logística, realizado no Hotel Hilton, pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Aos participantes, Taques apresentou os desafios que Mato Grosso vem superando para poder potencializar a sua atual infraestrutura, visando assegurar uma maior performance no cenário econômico mundial, diminuindo assim os seus elevados custos de transporte.

“Brasil teve superávit de 65 bilhões de dólares em cinco anos. Mato Grosso teve superávit 61 bilhões de dólares. Nosso Estado ajuda o Brasil, mas o país tem que ajudar o nosso Estado. E essa ajuda se faz necessária na questão da logística. Sou governador de um Estado que produz muito, mas poderíamos produzir muito mais se tivermos uma melhor infraestrutura”, asseverou.

Mato Grosso é o maior exportador de grãos do Brasil, com seus produtos sendo majoritariamente destinados para o mercado chinês, e possui o maior rebanho bovino (29%) do país, sendo também responsável por 68% da produção nacional de algodão.

No entanto, destacou o governador, o Estado ainda possui dificuldades logísticas severas. Como exemplo, o município de Sorriso, o maior produtor de soja do Brasil, está localizado a 2.020 km do porto de Santos. Além disso, tem baixa densidade de rodovias pavimentadas e ferrovias, e a inexistência de hidrovias em operação. Elementos que dificultam a competitividade do Estado.

Durante a palestra, o governador também apresentou os números obtidos durante o período de um ano e nove meses de sua gestão.

Taques disse que foram concluídos, até agora, com o programa Pró-Estradas, exatos 1.065 quilômetros de rodovias, entre obras de pavimentação e reconstrução das estradas que estavam destruídas por conta da falta de manutenção.

“São rodovias que buscam viabilizar os principais eixos logísticos, por onde é transportado grande volume de carga de 50 milhões de toneladas de grãos”, comentou.

Os dados mostram que ações estão focadas na melhoria da infraestrutura e superam o período entre 2011 e 2014, quando foram feitos apenas 886 km de asfalto.

“Estamos promovendo uma correção histórica para tentar superar os gargalos logísticos de Mato Grosso, que precisaria neste momento de pelo menos mais de 10 mil km de rodovias pavimentadas, para se equiparar ao Maranhão. Na atualidade, o Estado tem pouco mais de 10 mil km pavimentados, entre federais e estaduais, e outros 25 mil km estaduais ainda sem asfalto”, pontou o secretário Marcelo Duarte, da Sinfra, que também falou no painel de logística do Fórum em São Paulo.

O governador ressaltou que tudo isso vai ao encontro do potencial de Mato Grosso, que tem duas safras ao ano e alcança uma produção agrícola que cresce 11% ao ano.

Taques explicou ainda que o Estado trabalha também para o desenvolvimento de nova rota de exportação pelos portos do Arco Norte (29% dos grãos exportados), e já vem colhendo frutos com a experiência de sucesso adquirida com os investimentos previstos, utilizando-se dos recursos do Fundo Estadual de Transporte (Fethab), recém-reformado.

Marcelo Duarte disse que Mato Grosso vem retomando o Plano de Concessões. “Acreditamos que o plano que estamos desenvolvendo tem grande potencial de concessão pura. Identificamos cinco trechos, que somados chegam a 740 km de concessões, podemos chegar a um total de contratos de R$ 9 bilhões em 30 anos. Um caso de sucesso é a concessão da rodovia MT-130, por onde passam 15 mil eixos mês, levando carga ao terminal ferroviário da Rumo-ALL”, disse.

Outra medida levada em consideração é o estímulo para o desenvolvimento do transporte aéreo. No Estado estão em funcionamento 36 aeródromos, incluindo o Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, e quatro aeroportos com aviação regional (Azul) e sete com aviação regular da Asta (estadual). Na atualidade, já está em andamento o programa de investimento em aeroportos regionais com recursos do Fethab e do Governo Federal.

"Planejamos investimentos em aeroportos que irão potencializar o turismo mato-grossense, que tem diversos atrativos para turistas de todo o mundo", disse o secretário-adjunto de Turismo, Luiz Carlos Nigro.
Diário de Cuiabá

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