ECONOMIA

Tarifas dos EUA trarão “Mais turbulência política do que econômica” a Mato Grosso, diz Mauro Mendes

Diante do anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, que gerou forte instabilidade no mercado nacional, o estado de Mato Grosso se posiciona como um dos menos vulneráveis à crise. A tranquilidade, expressa pelo governador Mauro Mendes, é sustentada por dados que mostram uma dependência mínima do mercado norte-americano para as exportações do estado, cujo foco principal há anos é o mercado asiático.

Em declaração sobre a nova política tarifária americana, o governador Mauro Mendes avaliou que a medida trará “muito mais turbulência política do que econômica” para Mato Grosso. Segundo ele, o estado está “razoavelmente preparado” para superar o que classificou como uma “pequena turbulência”, principalmente pela eficiência de seus produtores. Mendes reforçou que a maior parte das exportações mato-grossenses já é direcionada a outros mercados aquecidos, especialmente na Ásia, o que facilitaria o redirecionamento do pequeno volume hoje destinado aos EUA.

A posição do governador é respaldada por um levantamento de 2024 sobre a dependência dos estados brasileiros do mercado norte-americano. O estudo mostra que Mato Grosso enviou apenas 1,5% de todo o seu volume exportado para os Estados Unidos, um dos menores índices do país. Essa baixa dependência se explica pelo perfil da pauta de exportações: enquanto o Brasil vende majoritariamente produtos industriais (93,8%) aos EUA, a força de Mato Grosso está no agronegócio, cujos principais compradores são outras nações.

Este cenário de segurança contrasta fortemente com a realidade de outras regiões do Brasil, que serão mais impactadas pela medida. O mesmo estudo aponta que estados como o Ceará enviam 45% de suas exportações para os EUA, majoritariamente produtos de ferro e aço. Outros, como Espírito Santo (30%) e São Paulo (19%), também possuem uma exposição significativamente maior e, portanto, mais vulnerável à nova taxação.

O governador de Mato Grosso pontuou que a responsabilidade pela resposta diplomática à crise é do Governo Federal, de quem espera as “medidas corretas”. Para a economia do estado, no entanto, a mensagem é de confiança, baseada em uma estratégia de diversificação de mercados consolidada ao longo dos anos, que agora funciona como uma proteção natural contra o choque comercial.

Fonte: Da Redação

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