Trump assina decreto que oficializa tarifa de 50% sobre produtos do Brasil

Na última quarta-feira (30), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que entra em vigor em 6 de abril, foi justificada por Trump como uma resposta a uma “emergência nacional”. Além do impacto econômico, o decreto marca um novo capítulo nas tensões diplomáticas entre Washington e Brasília, com fortes acusações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e uma inédita aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes.
As relações entre Brasil e Estados Unidos sempre foram marcadas por momentos de parceria estratégica e também de tensão. Desde 2019, com o alinhamento entre Trump e Jair Bolsonaro, os laços se estreitaram. No entanto, após a saída de ambos os presidentes e o avanço de investigações judiciais no Brasil envolvendo aliados bolsonaristas, Trump passou a criticar duramente as ações do STF.
A decisão recente marca o ápice dessa insatisfação: pela primeira vez, um presidente americano impõe sanções diretas ao Brasil sob justificativas de perseguição política e censura institucional.
A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi decretada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977, que autoriza o presidente dos EUA a tomar medidas extremas em tempos de ameaça nacional. No documento oficial, Trump afirma que o governo brasileiro adota práticas “extraordinárias e incomuns” que colocam em risco a liberdade de expressão, a economia americana e a política externa dos EUA.
A decisão de Trump tem implicações diretas para empresas brasileiras com forte presença nos Estados Unidos. Um exemplo é a JBS, gigante do setor de carnes, que poderá enfrentar aumentos drásticos nos custos de exportação. Da mesma forma, a Embraer, que depende do mercado americano para parte significativa de sua receita, também pode ver contratos renegociados ou suspensos.
A decisão de Trump marca uma inflexão que pode mudar radicalmente o cenário geopolítico entre Brasil e EUA nos próximos anos. Se a medida for mantida — e eventualmente endossada por um novo governo republicano — o Brasil poderá enfrentar isolamento diplomático, diminuição de investimentos estrangeiros e aumento da pressão internacional sobre o STF e o governo federal.
Fonte: Da Redação