Estacionamento: um problema que parece não ter fim

O problema com a falta de vagas no comércio de Rondonópolis vai para uma nova gestão pública, mas está longe de ter uma solução. A cidade já passou pela experiência da Zona Azul, gerando muita polêmica sobre sua administração e inúmeras reuniões já formam realizadas no auditório da ACIR, em outras presidências, a fim de chegar a uma alternativa para o caso, mas até agora, os consumidores de Rondonópolis seguem sem outra opção, senão as vagas privativas.
O desejo dos empresários por uma solução é claro e ficou ainda mais estampado em uma pesquisa recente, realizada pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis, ACIR, com uma amostragem de 350 micro e pequenos empresários, onde a dificuldade para estacionar no quadrilátero central da cidade foi citada como um dos principais problemas enfrentados pelos empresários em Rondonópolis; seguido das elevadas taxas de impostos pagos no estado e do comércio ilegal. “O empresário é o que mais sofre com a falta de vagas. Se o cliente não consegue lugar para estacionar como ele vai fazer para vender?”, comenta o presidente da ACIR, José Orsi.
Na última semana, a ACIR apresentou ao Vereador Adonias Fernandes, uma proposta de concessão da área que compreende a antiga Rodoviária, para a construção de um estacionamento a ser administrado pelo Rotary, com a finalidade de arrecadação de fundos para custeio dos projetos desenvolvidos pela casa e, se caso aprovada, a idéia contribuirá em muito para o aumento de vagas no centro da cidade. O Vereador Reginaldo dos Santos também está comprometido em articular junto à Câmara a volta da Zona Azul e agendará uma audiência pública, nos próximos dias, para ouvir todas as partes envolvidas no assunto, para embasar uma nova proposta de implementação do sistema de cobrança – Zona Azul, com a participação das entidades representativas como organizamos fiscalizadores. “Estamos querendo voltar com a zona azul de forma embasada. Temos conhecimento que o poder público não consegue controlar isso, portanto queremos envolver as entidades e a sociedade, pra que junto com a prefeitura e a secretaria de trânsito, possamos fazer a fiscalização”, disse. Entretanto, a problemática conta ainda com a resistência e a conscientização de algumas pessoas.
Quem circula pelo centro da cidade no primeiro horário da manhã, por volta das 07:30 horas, quando muitas lojas ainda estão fechadas, entende o que essa “conscientização” quer dizer. A cena que se vê a esse horário é de centenas de carros e motos estacionadas, enquanto boa parte dos clientes ainda está em casa, tomando café da manhã, como podemos verificar nas fotos em anexo.
O total de carros mensalistas, ou seja, que mantêm contrato mensal nos oito estacionamentos localizados nos arredores do quadrilátero central é muito baixa e reflete algumas das respostas para essa realidade. De todas as pessoas que trabalham em empresas situadas no comércio central, apenas 72 têm contrato mensal e param seus veículos em local privativo diariamente, deixando as ruas livres para o consumidor. O restante de carros e motos fica estacionado em frente aos estabelecimentos, como mostram as imagens.
O número de vagas rotativas privadas, utilizadas diariamente nos estacionamentos particulares, também não deixa dúvidas de que os consumidores querem, apenas, um lugar para pararem seus veículos de forma segura, ainda que seja preciso pagar por isso. Segundo os dados levantados nos oito estacionamentos, mais de 400 veículos/dia, pagam a média de 2,00 reais/hora, para fazer uso dos serviços no centro da cidade.
Em todo o quadrilátero central, que compreende toda a extensão entre as Ruas Bandeirantes, Dom Wunibaldo, Av. Dom Pedro até a Rua Poxoréu, existem hoje mais de 3.800 vagas para carros. Para o Presidente da ACIR, José Orsi, a falta de vagas é um problema de todos e precisa ser pensado de forma a encontrar uma solução. “Já vimos inúmeras iniciativas de mudança nascerem e morrerem sem nenhuma solução. Portanto, o que precisamos nesse momento, é de comprometimento. É importante que todos nós empresários estudemos uma forma de contribuir para o caso e participem das audiências que serão feitas, fazendo força junto ao segmento. A ACIR já está fazendo a sua parte e vai continuar provocando discussões sobre o problema até que haja uma mudança efetiva”, concluiu José Orsi.
Cinthia Braga
ACIR/Comunicação Social e Impresa
Na foto: região central de Rondoópolis