Santos Cruz, ex-ministro e general da reserva, critica uso político do 7 de Setembro

O general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro de Governo de Jair Bolsonaro, criticou a exploração política da cerimônia do Dia da Independência, proposta pelo presidente da República. Segundo ele, a iniciativa não tem precedentes e representa uso indevido de uma das principais datas do calendário cívico nacional.
"Sete de Setembro é uma data de celebração e, neste ano, especialmente pela comemoração dos 200 Anos da Independência. Sempre foi celebração", disse ele. "Em mais de 45 anos de Exército, nunca vi alguém querer transformar a data em manifestação política".
Santos Cruz falou sobre o assunto ao colunista Chico Alves, do UOL, e não poupou críticas ao responsáveis pelo que definiu como uma distorção.
"O populismo e a demagogia estão tentando transformar o evento em manifestação política e alimentar fanatismo, à cata de votos. Tendo como base 2021, espero que 7 de Setembro não seja o dia da fanfarronice e 9 de setembro o dia da covardia", diz Santos Cruz, em referência ao discurso golpista feito por Bolsonaro no ano passado, que depois amenizou o tom e negociou uma "trégua" com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O general também chamou a atenção para os prejuízos desse uso político para o país e para a imagem das Forças Armadas. " Tentar confundir o desfile de Forças Armadas e outros grupamentos com manifestação político-partidária é falta de responsabilidade, quem perde é o Brasil e as Forças Armadas".
Santos Cruz também reafirmou o caráter patriótico da celebração e desejou que a exploração política não comprometa as comemorações.
"Que transcorra em paz o 7 de Setembro, marco dos 200 Anos da Independência, e que seja celebrado por todos", concluiu o general.
Da Redação (com informações do UOL)