EDITORIAL: A mais imbecil das paixões

O Brasil precisa, mais do que nunca, refletir sobre o rumo que vem tomando. A crescente polarização política entre direita e esquerda não é apenas um debate saudável de ideias ela se transformou em um abismo, com consequências graves para o desenvolvimento do país.
A polarização atingiu níveis extremos e vem sendo profundamente prejudicial, desviando o Brasil do seu caminho de crescimento. Quanto maior o radicalismo, maior a confusão e, com isso, perdemos de vista o que realmente importa: educação, saúde, infraestrutura, emprego e bem-estar social.
Hoje, a competência de uma pessoa não é medida por seus resultados, mas por sua ideologia. Para um esquerdista, o direitista é incompetente e vice-versa. Esse cenário, no entanto, é perigoso: desvaloriza-se conhecimento e experiência em nome de posicionamentos políticos que, muitas vezes, são passageiros.
O jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues já alertava:
“Das paixões, a mais imbecil é a paixão política”. A frase é mais atual do que nunca. A cegueira política, presente em ambos os lados, transformou o debate público em um ambiente dominado pelo ódio, pela mentira e pela falta de empatia.
E isso reflete em todo um país, que infelizmente ficou às cegas ou à deriva em alto mar; precisamos ter uma direção com a máxima urgência.
O país precisa de um líder que rompa com essa lógica. Um estadista, capaz de enxergar o Brasil sem miopias ideológicas, que busque pacificação e consenso.
A menos de dois anos do próximo pleito presidencial, no entanto, não vemos nomes com esse perfil surgirem no cenário político. O que temos são figuras extremadas, que prometem prolongar esse clima de conflito.
Se o Brasil não reencontrar seu caminho, corremos o risco de “perder o bonde da história” e esse é um preço alto demais para pagar.
Fonte: Da Redação