A lenda Rondonopolitana do Gigante de Pedra

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Certa vez, numa canoa,
Um simplório pescador
Ao descer o Rio Vermelho
Derramava seu suor
Pra fisgar um botoado,
Em um dia ensolarado,
Por demais assustador.

Já na Cidade de Pedra,
Quando por água chegou,
Houve um grande estrondo,
Que o bote balançou.
Seu Joaquim pulou aos gritos,
Um bando de periquitos
No momento se espalhou.

Era um monstro das pedras
Que surgiu em um relance,
De estatura gigantesca
Muito fora do alcance
De qualquer ser, e, pasmado,
O pescador assustado
De correr não teve chance.

Então disse o monstro a ele:
— Preste atenção, seu Joaquim,
Aos rondonopolitanos
Leve um recado pra mim.
Eu exijo, urgentemente:
Preservem o ambiente.
E o pescador disse “Sim”.

Mas o gigante de pedra
Prosseguiu muito irado:
“Não poluam mais os rios,
Se não, vou ficar zangado
E destruir a cidade
Na maior voracidade”
— Finalizando o recado.

Seu Joaquim amedrontado
A canoa abandonou,
Na Rodovia do Peixe
Correu tanto que chegou
Na cidade em um instante.
Só de medo do gigante,
Nunca mais ele pescou.

Seu Joaquim é um amigo
Deste humilde poeta,
Eis que descreve por versos,
De maneira predileta,
Procurando ser exato,
Pra narrar este relato
Na resenha mais correta.

E o gigante de pedra
Assim tornou-se lendário.
Em Rondonópolis, hoje,
É constante o comentário:
“Se o desobedecer
A cidade irá sofrer
A sentença dum fadário”.

Então vamos preservar
O nosso meio-ambiente:
Não jogar lixo nos rios,
Em qualquer água corrente,
Pois a ira do gigante
Poderá ser massacrante,
Detonando a nossa gente.

Ademir Lopes do Amaral