Rondonópolis precisa de R$ 250 milhões para por asfalto e drenagem onde não tem

O dinheiro ainda não tem, mas a Secretaria de Infraestrutura do Município – Sinfra já tem estimado, tecnicamente, o quanto de recurso precisa angariar para implantar o que o prefeito Percival Muniz (PPS) chama de ‘poeira zero’, que é o projeto de asfaltar todo os bairros da cidade onde não tem pavimentação, com instalação simultânea de drenagem para escoamento da água da chuva.
As informações foram repassadas com exclusividade ao Folha Regional MT pelo secretário de infraestrutura do Município, Melquíades Netto, na última semana. Segundo Neto, porém, existem articulações em curso que podem adiantar boa parte do que falta. O fato de 2014 ser um ano eleitoral, porém, travaram as deliberações dos recursos, especialmente os vindos de Brasília.
“Nós temos parlamentares, em várias frentes, tentando incluir Rondonópolis em linhas de créditos no Ministério das Cidades e em outras fontes do Governo Federal onde poderíamos usar para esta finalidade de infraestrutura. Ocorre que este tipo de definição não ocorre em período eleitoral e o que hoje é realidade para nós é a segunda etapa do PAC II (Programa de Aceleração do Crescimento) no valor de R$ 50 milhões, que fez a nossa necessidade geral de R$ 300 milhões para atender nossos bairros descer para R$ 250 milhões”, explicou o secretário.
Em referência aos R$ 50 milhões já contratualizados entre o Município e a Caixa Econômica, instituição financeira que realiza os financiamentos deste tipo, a evolução burocrática do processo está a contento, segundo Netto, e o objetivo do prefeito é dar a ordem de serviço para as obras ainda em 2014. “Dividimos estes R$ 50 milhões em três etapas. Nós temos os dois primeiros lotes já fechados e prontos a ser enviados para a licitação e contratação das empreiteiras executoras. Apenas no terceiro lote, onde está incluso a Avenida Beira Rio, que margeará o Rio Vermelho, saindo do Cais até a Lions, que ainda estamos em um processo de licenciamento ambiental e pode atrasar um pouco. Mesmo assim devemos lançar este terceiro lote parcialmente, para ir adiantando o serviço em outros bairros”, comentou.
BAIRROS COM RECURSO GARANTIDO
O primeiro lote vai disponibilizar pouco mais de R$ 10 milhões (R$ 10.239.430,55), que serão investidos em asfalto e drenagem para o Jardim Nova Era e Jardim Liberdade. “Nestes dois bairros, por exemplo, temos um problema sério de um canal do Córrego Queixada que passa por eles, que solucionaremos com a instalação de vários bueiros celulares”, pontuou Netto.
O segundo lote, com um total de R$ 19.967.793,91, atenderá trechos do bairro Ana Carla, Parque Universitário, Vila Goulart, Vila Rica e várias ruas da região do Padre Lothar, onde estão sendo formados novos bairros. Ainda serão aplicados outros R$ 19.792.776,46 no terceiro lote que contemplam ruas do Jardim das Flores, Jardim Progresso, Lajeadinho, Jardim Reis e Padre Ezequiel Ramin. Neste último, além da Beira Rio, está aprovado no projeto uma ponte sobre o Rio Arareau, na Rua Arnaldo Estevan.
PRIORIDADES A CONSEGUIR
O secretário afirmou que o que se busca é os R$ 250 milhões, mas ressalta que é de conhecimento amplo do prefeito que talvez eles não venham em um pacote só. Sendo assim, o próximo dinheiro que a Prefeitura garantir para as obras de melhorias de infraestruturas devem atender dois pontos tidos como um dos mais preocupantes pelos corpo de engenharia da Sinfra. “A obra de asfalto é cara, mas não se compara a drenagem. O serviço para preparar uma via com todos os critérios e adequações para escoamento da água da chuva, especialmente em regiões extremamente desniveladas como temos em nossa cidade, é muito cara. Eu diria que 60% destes R$ 250 milhões é para drenagem (…) Só para fazer a drenagem da região do Cidade de Deus, passando por todos os bairros vizinhos até chegar a região do Terra Nova, devemos gastar cerca de R$ 30 milhões. A mesma dificuldade será para resolver o problema de ordem parecida no Parque Universitário, Oasis, Paineiras, até chegar no Morumbi e Maracanã. Mesmo assim, estas duas regiões são nossas prioridades depois do PAC II”, finalizou Melquíades.
Hevandro Soares
da Redação