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sábado, maio 18, 2024

Há o que comemorar trabalhador?

No último dia primeiro de maio os trabalhadores tiveram seu dia lembrado e por isso grande parte deles pode ficar um pouco mais em casa com a família, aproveitando o feriado para um bom churrasco ou mesmo para descansar. Mas tirando estas 24 horas de sossego momentâneo, o trabalhador brasileiro tem o que comemorar? Moramos no país que teve anunciado pelo Banco Mundial o posto de 7° economia do mundo. Isto representa que somamos mais riqueza por aqui que a Noruega, por exemplo. Mas dá para comparar a qualidade de vida que o trabalhador norueguês tem quando precisa levar seu filho ao médico, ou quando vai ao mercado fazer comprar, em relação ao brasileiro? Os impostos agregados nos produtos nacionais e o que é descontado de nossos holerites faz com que o que se paga no Brasil de imposto comprometa mais da metade dos seus rendimento anuais, só com taxas tributárias, de acordo com matéria recente divulgada pelo jornal ‘Folha de São Paulo’. As prefeituras, que é o poder público um pouco mais aproximado do povo no quesito físico, tem ficado cada dia mais com uma fatia menor do bolo orçamentário, enquanto o Governo Federal implanta uma política de monopolização do tesouro que tem levado várias cidades pequenas a não ter sequer recurso disponível para furar um poço artesiano para matar a sede da população, especialmente a mais pobre. As empregadas domésticas, mulheres que muitas vezes são mãe e pai ao mesmo tempo, tiveram só recentemente, depois de décadas de exploração, o acesso a leis trabalhistas. Enquanto isso, tem deputado em Brasília que quer tornar emprego formal a prática da prostituição. O brasileiro que compra o carro financiado e enche de dinheiro a conta dos banqueiros, que por sua vez mandam seus bilhões para paraísos fiscais e sequer passam perto de seus próprios bancos, é explorado dia a dia, e sugado por patrões exploradores que os tratam como fusíveis. Moças jovens, recém ingressadas no mercado de trabalho, sofrem todo dia caladas as investidas sexuais de patrões, com medo de perder o salário. Mas e aí? Um feriado para lembrar o “DIA DO TRABALHADOR” e está tudo certo? Em ano de Copa do Mundo, onde todo mundo vai sim, e com razão, parar por algumas horas para ver o jogo, a esperança do governo é que ganhemos o torneio. Claro, porque se assim for quem vai se lembrar dos milhões gastos? Quem vai se lembrar dos jovens TRABALHADORES que morreram na construção dos estádios? Quem se lembrará de suas famílias quando o final do mês chegar e não tiver comida em casa? O retorno a quem suja a mão e sua o rosto para o país ir para frente é muito aquém do que seria justo ou do que seria ao menos aceitável. Há pouco tempo atrás, chegou se a cogitar a possibilidade de exclusão do 13°? Mas e as regalias dos TRABALHADORES que legislam no Congresso, como vai ficar? O que este país precisa é de sindicatos que defendam interesses coletivos de uma classe e não que sejam meros formadores de políticos. Patrões devem saber que não é com uma festa no fim de ano que valorizam seus colaboradores, mas é com condições de trabalho, salários dignos e boas ferramentas que vão investir na vida longa de suas empresas. E ainda, há de se saber que estagiários são aprendizes, e por mais que possam se apresentar talentosos, não devem substituir o profissional. Se por acaso, o patrão entender que aquele jovem tenha capacidade para tal que o contrate formalmente e o pague de acordo com sua importância. Apesar de estarmos focando apenas no “empregado”, por sua natural condição de maioria e de ter as principais necessidades, o trabalhador também pode ser entendido filosoficamente como aquele que não tem uma remuneração fixa por seu esforço, mas que trabalha para um mundo melhor. Ou não é um belo de um trabalho em prol da sociedade manter o ambiente em que você está limpo? Não necessariamente você precisa ser o trabalhador que recolhe o papel de bala, mas você deve se dar ao trabalho de não jogá- -lo ao chão. Trabalhar no dicionário refere- -se ao esforço feito por um indivíduo em prol de alcançar uma meta. Não seria então um trabalho ser voluntário em entidades de apoio? O grande pensador que embalou a Revolução Francesa, François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, disse certa vez que o “O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade”. Talvez agora seja hora de você parar de pensar: o seu trabalho está te livrando destes males ou está é trazendo alguns deles para você? Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, disse que o que mais o surpreende no homem é que ele ganha dinheiro e perde a saúde na juventude, para no fim da vida gastar todo dinheiro que arrecadou tentando reaver sua saúde. Está na hora então de investirmos em nós mesmo.

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