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Rondonópolis
quinta-feira, maio 9, 2024

Pagar para ver

Não tem escapatória. O transporte coletivo de Rondonópolis é e será deficitário por muitos fatores e a cena que vimos essa semana do Poder Executivo com o pires na mão pedindo autorização para repassar dinheiro para a autarquia do Transporte Coletivo vai ocorrer ainda durante muitos anos. os motivos para tanta espera e preocupação com relação ao Transporte Coletivo de Passageiros são muitos. Primeiro: a cada dia e a cada ano vai ser mais difícil e complexo atrair passageiros, pois ainda há, por parte do rondonopolitano, uma imagem péssima dos ônibus e culturalmente há um bloqueio. O cidadão local se sente mais à vontade em cima de uma moto no mototáxi, do que sentado em um banco do ônibus. Isso não é de hoje e vem desde 1997, quando o mototáxi foi implantado nesta cidade. Nos primeiros anos, o mototaxi concorreu diretamente com o ônibus coletivo e ganhou.

Tanto é verdade, que com a implantação do serviço no final dos anos 90, o transporte coletivo se afundou em uma crise sem precedentes, obrigando a uma única empresa, detentora do monopólio praticamente abrir mão de atuar em Rondonópolis. As motos são mais rápidas e garantiam um corrida com preços acessíveis. Mas não é somente a concorrência com o mototáxi que afugentou passageiros: a chama Lei do Endividamento Familiar, onde as pessoas passaram a ter acesso mais rápido ao crédito nos anos 2000, contribuiu para que usuários do transporte coletivo deixasse de andar de ônibus e passasse a andar em seu próprio carro e moto.

Para completar, o surgimento dos aplicativos de transporte de passageiros, aumentou ainda mais a crise, pois com mais essa alternativa, para muitos andar de ônibus somente em último caso. Mudar essa realidade não vai ser nada fácil; primeiro é preciso convencer quem anda de mototáxi, que tem um carro ou uma moto, ou anda de aplicativo que andar de ônibus é melhor. Mas para isso, o ônibus tem que realmente funcionar: sair no horário, chegar no horário, oferecer conforto como ar-condicionado que realmente funcione; internet, rádio, tv e outras garantias e ainda um preço de passagem acessível. Para completar é preciso ter uma frota realmente grande, que cumpra todos os horários e que também garanta espaço para quem entra no ônibus e que ainda cubra de maneira eficiente todas as regiões da cidade, do centro a periferia. Em resumo, será preciso investir e para investir será preciso mais recursos, e para completar mesmo assim, não haverá garantias em que a conta vai fechar. Em tese, estamos diante de um problema, sem possibilidade clara de solução. É aguardar ou melhor pagar para ver

Fonte: Da Redação 

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